Depois de muito tempo sem atualizar o blog, hoje vou escrever sobre a nossa aventura turística no coração de Joburg, Soweto!
Tudo começou na segunda passada quando reolvemos ir todos juntos conhecer Soweto no domingo. A Mariana começou a pesquisar na internet quanto custava o passeio com guia pela cidade, o mais barato custava por volta de 380,00 rands (95 reais) por cabeça. A gente achou um pouco caro, então resolvemos ligar para uma "amiga" do Laranja e da Fran. Na verdade, o Laranja e a Fran conheceram a Connie quando eles tiveram que trocar o pneu do carro. Ela trabalha na loja de pneus e quis levá-los pra conhecer Soweto quando eles disseram que eram brasileiros. Isso aconteceu há meses atrás, e ela sempre ligava pra eles perguntando quando eles iriam se encontrar. Por isso acabamos ligando pra ela perguntando se ela podia levar a gente pra conhecer as redondezas e ela aceitou na hora! No sábado estávamos tentando decidir como iríamos para Soweto. O melhor a fazer era irmos com algum carro alugado porque a gente não conhecia aquela área, e segundo o livro turístico, Soweto é a cidade que tem mais assalto e estupro da África do Sul. No final decidimos que iríamos com o carro da Mariana e com o carro da Melissa, os dois são da Avis, como estávamos em 10 pessoas caberia direitinho e nos encontraríamos as 9:30h da manhã. Isso ficou decidido no sábado à noite, mas com um porém: o Marcelo disse que antes de nos encontrarmos ele iria tentar ver com algum dono de Taxi (o transporte público sul-africano que você só ve negros usando) quanto custaria para nos levar até Soweto. Domingo de manhã estávamos todos na hora e local marcado e é logico que o Marcelo tinha conseguido um Taxi pra levar a gente. Brutos, o taxista, ia nos cobrar 700 rands (175 reais) pelo dia, ficaria 140 rands (35 reais) por casal.
Dentro do Taxi
Tirando foto enquanto esperávamos a Connie
Fomos no encontrar então com a Connie que apesar de atrasar 40 minutos, quando apareceu mostrou que era a pessoa mais adequada pra termos como guia. Chegou gritando e rindo, comprimentou todo mundo, falou que estava muito contente em passar o dia com a gente, ela deixou o marido Paul dirigindo o carro deles e foi nos guiando, dentro do Taxi, até a casa dela. Chegamos em Soweto! Ela quis que a gente entrasse para conhecer a casinha que ela aluga. Muito simples, com apenas dois comodos + banheiro, a casinha dela fica numa ruazinha bem empoeirada no bairro de Soweto chamado White City.
Todos juntos na frente da casa da Connie:Camille, Bruno, Paul, Marcelo, Mariana, Brutos, Connie, Giovana, Alexandre, Fabio, Franciele, Melissa e Rodrigo
Entramos todos no Taxi e fomos a
té o museu Hector Pierterson. Esse museu tem o mesmo estilo do museu do Apartaide, só que é um pouco menor e custa apenas 25 rands (aproximadamente 6 reais) para entrar. O museu conta a história sobre a revolta estudantil dos negros contra a imposição de aprender as matérias escolares em afrikaans (lingua dos brancos) na época do apartaide. No dia 16 de Junho de 1976 os estudantes saíram em protesto pelas ruas, sem nehuma arma, quando os policiais os confrontaram e mataram 100 estudantes. Hector Pieterson era um gartoto de 13 anos que foi morto na passeata, ele se tornou um icone da revolta estudantil porque um fotógrafo capturou a imagem de Hector nos braços do colega Mbuyisa Makhubo e a irmã de Hector, Antoinette, correndo ao seu lado. Essa imagem ficou conhecida mundialmente e hoje faz parte da história da luta dos negros contra o apartaide.
"To honour the youth who gave their lives in the struggle for freedom and democracy"
(Para honrar os jovens que deram suas vidas na luta pela liberdade e democracia)
"The line in the ground joins the entrance of the Museum to the point where the clash with the police occurred and where Hector Pieterson was shot"
(A linha no chão junta a entrada do museu ao ponto onde o confronto com a polícia ocorreu e onde Hector Pieterson foi baleado)
As torres de Soweto vistas de dentro do museu
Depois do museu fomos à única rua do mundo onde moraram 2 ganhadores do prêmio Nobel de paz, Mandela e Tutu, o bispo sul-africano que também lutou contra o apartaide. A casa de Mandela é aberta para visitas e custa 60 rands (15 reais) por pessoa para entrar, por isso apenas passamos na frente fizemos um "check!". A casa de Tutu não é aberta para visitas porque ele ainda a usa quando está em Soweto. O museu Hector Pieterson fica perto da casa do Mandela e por isso fomos a pé, e no caminho vimos algumas placas que marcam pontos específicos e explicam o que ocorreu naquele lugar no dia 16 de Junho de 1976. Enquanto andávamos um grupo de crianças vieram conversar com a gente e começaram a cantar "eu sou brasileiro com muito orgulho com muito amor" pra gente! Eles disseram que um amigo brasileiro deles ensinou pra eles a canção e ele adoram!
Casa do Mandela - foto tirada apenas como "Check!"
Criançada de Soweto
Perto da casa do Mandela tem alguns restaurantes que parecem ser bem simpaticos, mas nossa nova amiga Connie queria nos levar para um lugar perto da casa del
a que segunda ela era bem mais barato e tinha música boa. Quando chegamos lá todos ficaram um pouco preocupados porque não conheciamos o lugar, e sabíamos que a reputação dos arredores não era das melhores. Depois de arranjarmos um lugarzinho pra sentar, o Bruno foi arranjar umas cervejas pra gente enquanto o Laranja foi comprar nossa comida. O esquema desse lugar era assim: você compra a carne (crua) que vc vai comer (frango, bife ou boerewors) e leva pro churrasqueiro que faz a carne na hora pra você. Para acompanhamento nada melhor do que o famoso Pap, um purê de maisena de milho branco que não tem gosto de nada. Quando nossa carne ficou pronta descobrimos o jeito que devíamos comer: com uma mão vc pega a carne e com a outra vc pega o pap e pronto, simples assim. O problema é a sujeira na mão depois. Mas como diz o velho ditado: "Já que estávamos no inferno, abraçamos o diabo". Ficamos la escutando algumas musicas africanas, conversando, tomando cerveja, comendo pap e carne, que estava muito boa. Eu e o Bruno já estavamos nos sentindo na Freguesia do Ó.
Durante o almoço
A entrada do lugar que almoçamos
O Churrasqueiro
Connie indo verificar se nossa carne estava pronta
Antes de ir embora, uma pose com todo mundo mais o dono do 707_Panyaza
Quando eram umas 17:00h fomos embora, indo para a casa da Conie, onde tínhamos deixado a van, muitas crianças quiseram falar oi pra gente, dar a mão, todos muito amorciiitos. Saimos contentes e felizes, inclusive nosso taxista Brutos, que aproveitou o dia com a gente, comeu e bebeu na faixa, até ficamos com um pouco de medo porque ele tomou umas 5 cervejas, mas chegamos sãos e salvos em casa.
Criançada da rua da Connie
Foi um dia espetacular, para guardar na memória para sempre. O dia em Soweto não poderia ter sido melhor, nós conhecemos um pouco das pessoas e da vida dessa cidade.