Friday, December 13, 2013

Velorio de Nelson Mandela - 12 de Dezembro de 2013

Dia 12/12/13 Ficara guardado na minha memoria pra sempre. Nunca imaginei que ficaria em meio a uma multidao para participar de um velorio. Mas nada foi em vao, todos os segundos valeram a pena para poder estar ao lado de Nelson Mandela durante 0.5 segundos.
Vou tentar descrever aqui como foi esse dia, mas com certeza palavras nao serao o bastante para expressar tudo o que senti.

O Velorio foi preparado em Pretoria, no Union Buildings, predio do governo executivo como se fosse o palacio do planalto. Tudo foi preparado para 3 dias de visitas, comecando as 8:00h da manha ate as 17:00h da tarde. Na quarta-feira dia 11/12/13 foi o primeiro dia do Velorio de Mandela. Na parte da manha apenas VIPs puderam entrar, das 12:00h ate 17:00h seria aberto ao publico. Nesse dia ja houve filas e pessoas que nao conseguiram entrar. Durante a noite, Bruno e eu decidimos que iriamos tentar de qualquer jeito, afinal estamos aqui e queriamos apenas dizer adeus a esse grande homem.
Nosso dia comecou as 4:20h da manha da quinta-feira. Acordamos, nos preparamos, pegamos as coisas do Gabriel e encontramos o Laranja em casa que foi com a gente tambem. Deixamos o Gabriel com a Mari as 5 da manha (santa Mari que nos ajudou muito nesse dia. Muito muito obrigada Mari!). Fomos para o Gautrain, que eh o trem que liga Johannesburg ate Pretoria. Chegamos la as 5:30h e encontramos o Malik, que eh um sulafricano que trabalha com os meninos. Chegamos em Pretoria as 6:15h e fomos caminhando ate um dos pontos onde saiam os onibus para o Union Buildings.

Haviam apenas 3 pontos que voce deveria usar para consegir acessar o predio do governo. La era obrigatorio passar por uma revista e assim pegar o onibus que te deixaria dentro da area para acessar o velorio. Escrevendo assim parece ate facil, mas estamos na Africa em que todos idolatram esse homem.
Um dos locais era o LC de Villiers Sport Center, campus da Universidade de Pretoria, onde chegamos as 6:45 da manha. Assim que entramos comecamos a caminhar ate o final da fila, uma fila que nao acabava mais! Quando finalmente chegamos tentamos fazer uma conta por cima e quantas pessoas poderiam estar na nossa frente. Nos estavamos a uns 700m do inicio da fila, se cada 1m teriam 4 pessoas, isso dah quase 3 MIL pessoas na nossa frente. Se pensarmos que nos outros 2 pontos estariam com a mesma quantidade de gente, teriamos no minimo 9mil pessoas na nossa frente. Mas isso nao nos desanimou. Entramos na fila e esperamos. As 7 da manha os onibus comecaram a aparecer, e a fila comecou a andar. O ceu abriu e um lindo dia comecou a se mostrar, ao contrario dos outros dias que soh choveu o dia inteiro. Levamos guarda-chuva que foi utilizado como guarda-sol. O sol comecou a ficar forte as 8 da manha. A fila soh conitnuava a crescer. Ficamos 4 horas na fila ate chegarmos no toldo branco onde a policia nos revistou e enfim entramos no onibus as 10:30h.
A fila onde estavamos fazia um "U". Pessoas nao paravam de chegar. Foto tirada as 6:53 da manha.
Essa foto foi tirada as 7:42 da manha
Laranja, eu, Malik e Bruno depois de algumas horas na fila.

A gente estava feliz por ter conseguido entrar no onibus, o pessoal comecou a cantar umas musicas em homenagem ao Mandela.
Segundos antes de entramos no onibus. Foto tirada as 10:29h



Uma hora depois de entramos no onibus.
O transito no centro da cidade. Foto tirada as 11:55h.
Depois de 1 hora parados no transito as cancoes comecaram a parar. Passadas 2 horas dentro do onibus no meio do transito queriamos entender o que estava acontecendo, ainda nao tinhamos nem chegado no perimetro que a policia tinha bloqueado para entrada apenas dos onibus. Era uma fila de onibus interminavel, e nao sabiamos o que estava acontecendo. Uma hora o onibus conseguiu andar um pouco mais e passamos do lado de uma fila enorme perto do Union Building, mas nenhuma daquelas pessoas tinham a tinta no dedo que os policiais colocavam apos as pessoas terem sido revistadas. Depois de andar mais um pouco o onibus parou. Ficamos la sem saber o que estava acontecendo. Um policial que estava com a gente foi tentar ver o que estava acontencendo. Depois o motorista saiu. Quando reparei a maioria das pessoas do nosso onibus ja estavam do lado de fora tambem. Quando sai eu vi a fila de onibus na nossa frente. Uma fila sem fim. Todos parados com as pessoas do lado de fora para pegar um ar, porque estava muito quente.

Tres horas depois de pegarmos o onibus, descobrimos que abriram uma excecao e comecaram a deixar entrar o povo que estava criando uma fila para entrar a peh. Aquele povo que haviamos visto quando passamos por eles. Nos sentimos meio sacaneados porque deixaram bem claro que para acessar o palacio do governo apenas seria possivel se utilizando aqueles 3 pontos para pegar os onibus. Mas imagino quantas pessoas queriam ver o Madiba. O jeito era esperar e acreditar que poderiamos conseguir.

Os onibus iam andando de 10 em 10 metros. A gente ia andando do lado de fora porque nao iamos perde-lo de vista mesmo. Quando eram 14:30 eu ja estava perdendo as esperancas. Achei sinceramente que nao conseguiriamos. Haviam ao menos 50 onibus cheio de gente na nossa frente. Disseram pra gente que eles nao deixariam mais as pessoas entrarem depois das 15h. Nos nao sabiamos quanto tempo faltava para chegarmos ate o local. Todos dentro do onibus estavam comecando a ficar desiludidos. Engracado, mas todos nos sentiamos como uma familia, tambem depois de 4 horas na fila e mais 4 horas dentro do onibus juntos, pareciamos que ja nos conheciamos ha anos. Tinha uma mulher que estava com 4 filhos, o mais novo de 1 ano e meio, uma de 4, outro de mais ou menos 7 anos e a mais velha devia ter uns 9 anos. Eu olhava para o pequeno e pensava no Gabriel. Ainda bem que eu nao tinha levado ele, seria muita sacanagem com ele. Essas criancas se divertiram, dormiram e se comportaram muito bem durante todo o tempo.

As 15:20h nosso onibus comecou a andar mais. Entao conseguimos ver que estavamos bem perto da entrada do predio. Todos comecaram a ficar contentes, ate comecaram a cantar de novo. Mas nessa hora o policial disse que era para todos ficarem em silencio porque o Mandela estava perto. Nossa quando ele disse isso senti um gelo por dentro. Pensei que aquela seria a hora de poder dizer adeus a Nelson Mandela. De tantas e tantas pessoas que estavam naquela fila enorme e que com certeza nao iriam conseguir entrar, eu seria uma das privilegiadas a poder dizer adeus a Nelson Mandela.

Os policiais que estavam do lado de fora do onibus monitorando a entrada, disseram que poderiamos sair em silencio, nos deram uma fita preta escrito em branco "NELSON ROLIHLAHLA MANDELA - MADIBA" e pediram para colocarmos no braco esquerdo. Todos estavam a passos rapidos porque disseram que iriam fechar o portao. Um policial disse pra mim "Calma voce vai conseguir ve-lo", eu tremi!
Os policiais disseram para fazermos uma fila dupla, e quando olhei pra frente la estava o caixao. O silencio era apenas quebrado por suspiros de choro. Comecei a sentir meus olhos se encherem de lagrimas. A cada passo em direcao ao caixao minha cabeca ficava vazia, nao conseguia pensar em mais nada. Cheguei do lado do caixao, meu cansaco de 11 horas de espera haviam sumido. Primeiro vi um soldado vestindo uma farda branca na frente do caixao, depois o lindo pano branco que cobria uma parte do caixao. Enfim o vi. Seu rosto estava relaxado, como de alguem que realmente estivesse descansando. Dava pra ver que ele estava um pouco inxado mesmo com a maquiagem que fizeram, o que nao eh de se estranhar depois de tantas idas ao hospital e de ter 95 anos.
Foram apenas meio segundo ao seu lado que ficarao guardados para o resto da minha vida.

Essa foto foi tirada pela imprensa quando os VIPs diziam adeus a Mandela.
Nos passamos exatamente nesse mesmo lugar.
Passamos por ele, eu e o Bruno nos abracamos e choramos. Muitas emocoes, muito cansaco, mas nada comparado ao que aquele homem deitado ali passou na vida. Nos sentimos abencoados por termos a oportunidade de dizer "Obrigado por tudo Madiba".

A caminho da entrada. Foto tirada as 15:36h

A poucos metros de Mandela. Foto tirada as 15:37h

Logo apos termo visto Mandela. Foto tirada as 15:48h



Voltamos para casa pensativos. Aquele homem ali era Nelson Mandela, um grande heroi da humanidade.
Cheguei em casa as 18:30h, cansada mas com a grande frase do Madiba na cabeca:

"It always seems impossible until it's done"

"Sempre parece impossivel ate que seja feito"

Wednesday, December 11, 2013

Nelson Mandela's Funeral - Obama Speech

Imaginem:
Voce esta na sua casa e pessoas invadem te expulsando do seu proprio lar. Batem em voce, na sua mulher e nos seus filhos. Te tratam como cachorro. Voce, ao inves de ficar quieto, vai tentar dar um jeito nessa injustica. Vai pras ruas e tenta acabar com essa crueldade. Por causa disso te colocam na cadeia. Voce eh condenado a prisao perpetua. Depois de 27 anos atras das grades sem poder ver sua familia, voce eh libertado. Na sua liberdade voce reve todas as pessoas que te fizeram tao mal nos seus anos de luta. O que voce faria?
O normal seria querer colocar todas aquelas pessoas na cadeia certo? Mas e se ao inves disso voce perdoa-las, continuar sua vida e tentar fazer um mundo melhor? Acredito que qualquer pessoa escolheria a primeira opcao. Mas apenas uma escolheu a segunda, seu nome eh Nelson Rolihlahla Mandela. Nessa historia sua mulher e seus filhos sao o povo africano e sua casa a Africa.


Depois de tantas homenagens ontem no funeral de Nelson Mandela, nao sabia como comecar o post de hoje. Durante a noite passada, Bruno e eu ficamos conversando sobre a vida de Madiba. Ele eh um homem de carne e osso como todos nos. Possui suas fraquezas como qualquer ser humano. Imaginem quando ele chegava em casa a noite depois de ver os rostos de todos os brancos que fizeram mal pra ele. E ainda acordar no dia seguinte e ser bondoso com todos novamente. Dia apos dias lutar contra racismo das duas partes. De um lado o racismo dos brancos contra os negros. Do outro, racismo dos negros querendo expulsar os brancos em nome da justica. Eh por isso que ele foi um homem "extra-ordinario".

Em seu disrcurso, Obama se referiu a ele como "Ubuntu" que significa Human Kindness (Bondade Humana). O discurso de Obama ontem foi excepcional. Nao estou aqui para fazer apologia ao presidente dos Estados Unidos. Mas sim quero deixar registrado o que foi, na minha singela opiniao, o melhor discurso em homenagem ao Madiba. Obama fez citacoes de frases marcantes e de passagens historicas na vida de Tata Mandela (Tata significa Pai em Xhosa). Por isso vou terminar esse post com o discurso de Obama para quem tiver interesse em ler e rever.


To Graça Machel and the Mandela family; to President Zuma and members of the government; to heads of state and government, past and present; distinguished guests – it is a singular honor to be with you today, to celebrate a life unlike any other.  To the people of South Africa – people of every race and walk of life – the world thanks you for sharing Nelson Mandela with us.  His struggle was your struggle.  His triumph was your triumph.  Your dignity and hope found expression in his life, and your freedom, your democracy is his cherished legacy. 

It is hard to eulogise any man – to capture in words not just the facts and the dates that make a life, but the essential truth of a person – their private joys and sorrows; the quiet moments and unique qualities that illuminate someone’s soul.  How much harder to do so for a giant of history, who moved a nation toward justice, and in the process moved billions around the world.

Born during World War I, far from the corridors of power, a boy raised herding cattle and tutored by elders of his Thembu tribe – Madiba would emerge as the last great liberator of the 20th century.  Like Gandhi, he would lead a resistance movement – a movement that at its start held little prospect of success.  Like King, he would give potent voice to the claims of the oppressed, and the moral necessity of racial justice.  He would endure a brutal imprisonment that began in the time of Kennedy and Khrushchev, and reached the final days of the Cold War.  Emerging from prison, without force of arms, he would – like Lincoln – hold his country together when it threatened to break apart.  Like America's founding fathers, he would erect a constitutional order to preserve freedom for future generations - a commitment to democracy and rule of law ratified not only by his election, but by his willingness to step down from power.

Given the sweep of his life, and the adoration that he so rightly earned, it is tempting then to remember Nelson Mandela as an icon, smiling and serene, detached from the tawdry affairs of lesser men.  But Madiba himself strongly resisted such a lifeless portrait. Instead, he insisted on sharing with us his doubts and fears; his miscalculations along with his victories.  "I'm not a saint," he said, "unless you think of a saint as a sinner who keeps on trying."

It was precisely because he could admit to imperfection – because he could be so full of good humor, even mischief, despite the heavy burdens he carried - that we loved him so.  He was not a bust made of marble; he was a man of flesh and blood – a son and husband, a father and a friend.  That is why we learned so much from him; that is why we can learn from him still.  For nothing he achieved was inevitable.  In the arc of his life, we see a man who earned his place in history through struggle and shrewdness; persistence and faith.  He tells us what’s possible not just in the pages of dusty history books, but in our own lives as well.

Mandela showed us the power of action; of taking risks on behalf of our ideals.  Perhaps Madiba was right that he inherited, "a proud rebelliousness, a stubborn sense of fairness" from his father. Certainly he shared with millions of black and colored South Africans the anger born of, "a thousand slights, a thousand indignities, a thousand unremembered moments … a desire to fight the system that imprisoned my people."

But like other early giants of the ANC – the Sisulus and Tambos – Madiba disciplined his anger; and channelled his desire to fight into organisation, and platforms, and strategies for action, so men and women could stand-up for their dignity.  Moreover, he accepted the consequences of his actions, knowing that standing up to powerful interests and injustice carries a price.  "I have fought against white domination and I have fought against black domination," he said at his 1964 trial.  "I’ve cherished the ideal of a democratic and free society in which all persons live together in harmony and with equal opportunities.  It is an ideal which I hope to live for and to achieve.  But if needs be, it is an ideal for which I am prepared to die."

Mandela taught us the power of action, but also ideas; the importance of reason and arguments; the need to study not only those you agree with, but those who you don’t.  He understood that ideas cannot be contained by prison walls, or extinguished by a sniper’s bullet.  He turned his trial into an indictment of apartheid because of his eloquence and passion, but also his training as an advocate. He used decades in prison to sharpen his arguments, but also to spread his thirst for knowledge to others in the movement.  And he learned the language and customs of his oppressor so that one day he might better convey to them how their own freedom depended upon his.

Mandela demonstrated that action and ideas are not enough; no matter how right, they must be chiseled into laws and institutions.  He was practical, testing his beliefs against the hard surface of circumstance and history.  On core principles he was unyielding, which is why he could rebuff offers of conditional release, reminding the Apartheid regime that, "prisoners cannot enter into contracts."  But as he showed in painstaking negotiations to transfer power and draft new laws, he was not afraid to compromise for the sake of a larger goal.  And because he was not only a leader of a movement, but a skillful politician, the Constitution that emerged was worthy of this multiracial democracy; true to his vision of laws that protect minority as well as majority rights, and the precious freedoms of every South African.

Finally, Mandela understood the ties that bind the human spirit.  There is a word in South Africa – Ubuntu – that describes his greatest gift: his recognition that we are all bound together in ways that can be invisible to the eye; that there is a oneness to humanity; that we achieve ourselves by sharing ourselves with others, and caring for those around us.  We can never know how much of this was innate in him, or how much of was shaped and burnished in a dark, solitary cell.  But we remember the gestures, large and small – introducing his jailors as honored guests at his inauguration; taking the pitch in a Springbok uniform; turning his family’s heartbreak into a call to confront HIV and Aids – that revealed the depth of his empathy and understanding.  He not only embodied Ubuntu; he taught millions to find that truth within themselves.  It took a man like Madiba to free not just the prisoner, but the jailor as well; to show that you must trust others so that they may trust you; to teach that reconciliation is not a matter of ignoring a cruel past, but a means of confronting it with inclusion, generosity and truth. He changed laws, but also hearts.

For the people of South Africa, for those he inspired around the globe – Madiba’s passing is rightly a time of mourning, and a time to celebrate his heroic life.  But I believe it should also prompt in each of us a time for self-reflection. With honesty, regardless of our station or circumstance, we must ask:  how well have I applied his lessons in my own life?

It is a question I ask myself – as a man and as a president.  We know that like South Africa, the United States had to overcome centuries of racial subjugation.  As was true here, it took the sacrifice of countless people – known and unknown – to see the dawn of a new day.  Michelle and I are the beneficiaries of that struggle. But in America and South Africa, and countries around the globe, we cannot allow our progress to cloud the fact that our work is not done.  The struggles that follow the victory of formal equality and universal franchise may not be as filled with drama and moral clarity as those that came before, but they are no less important.  For around the world today, we still see children suffering from hunger, and disease; run-down schools, and few prospects for the future.  Around the world today, men and women are still imprisoned for their political beliefs; and are still persecuted for what they look like, or how they worship, or who they love.

We, too, must act on behalf of justice.  We, too, must act on behalf of peace. There are too many of us who happily embrace Madiba’s legacy of racial reconciliation, but passionately resist even modest reforms that would challenge chronic poverty and growing inequality.  There are too many leaders who claim solidarity with Madiba’s struggle for freedom, but do not tolerate dissent from their own people.  And there are too many of us who stand on the sidelines, comfortable in complacency or cynicism when our voices must be heard.

The questions we face today – how to promote equality and justice; to uphold freedom and human rights; to end conflict and sectarian war – do not have easy answers.  But there were no easy answers in front of that child in Qunu.  Nelson Mandela reminds us that it always seems impossible until it is done.  South Africa shows us that is true.  South Africa shows us we can change.  We can choose to live in a world defined not by our differences, but by our common hopes.  We can choose a world defined not by conflict, but by peace and justice and opportunity. 

We will never see the likes of Nelson Mandela again.  But let me say to the young people of Africa, and young people around the world – you can make his life’s work your own.  Over thirty years ago, while still a student, I learned of Mandela and the struggles in this land.  It stirred something in me.  It woke me up to my responsibilities – to others, and to myself – and set me on an improbable journey that finds me here today.  And while I will always fall short of Madiba’s example, he makes me want to be better.  He speaks to what is best inside us.  After this great liberator is laid to rest; when we have returned to our cities and villages, and rejoined our daily routines, let us search then for his strength – for his largeness of spirit – somewhere inside ourselves.  And when the night grows dark, when injustice weighs heavy on our hearts, or our best laid plans seem beyond our reach – think of Madiba, and the words that brought him comfort within the four walls of a cell:

It matters not how strait the gate,

How charged with punishments the scroll,

I am the master of my fate:

I am the captain of my soul. 

What a great soul it was.  We will miss him deeply.  May God bless the memory of Nelson Mandela.  May God bless the people of South Africa.

Tuesday, December 10, 2013

Nelson Rolihlahla Mandela, 1918 - 2013

Hoje fazem exatamente 1 ano e 4 meses que nao escrevia no blog. A correria da vida rotineira nao deixou espaco para sentar e escrever. Mas um acontecimento historico tirou nao apenas sul-africanos mas todos os cidadaos do mundo de sua rotina. Eu nao poderia deixar de escrever sobre a noticia do falecimento de Nelson Mandela. Vou tentar descrever aqui o que senti durante esses ultimos dias e o que esta por acontecer.

A noticia do falecimento de Nelson Rolihlahla Mandela foi divulgada as 23:50h no dia 5 de Dezembro em uma nota oficial pelo atual presidente da Africa do Sul Jacob Zuma, depois de aproximadamente 3h que ele havia falecido.

Madiba, como era conhecido pelo seu nome tribal, passou o inicio do ano no hospital lutando contra uma infeccao no pulmao. Muitos achavam que ele nao iria conseguir, mas ele se recuperou e voltou para sua casa. Com 95 anos ele veio a falecer em sua casa tranquilamente. Nada mais que merecido depois de tanta luta na vida.

Na sexta dia 6 assim que acordei de manha tinha recebido uma mensagem de uma amiga minha perguntando como estavam as coisas por aqui depois da morte de Mandela, foi assim que recebi a noticia. Quando cheguei no trabalho todos soh falavam dessa noticia, todas as radios e jornais ja estavam fazendo homenagens e comentando o que iria acontecer durante a semana. Aqui no meu trabalho nos teriamos a festa de fim de ano da empresa, mas foi adiada e na entrada principal colocaram uma mesa com a foto do Mandela com flores, velas e um livro onde voce poderia deixar seu tributo. Quando vi essa linda homenagem nao me aguentei e fui pro banheiro chorar.
As 12h em ponto todos se reuniram na frente da imagem e fizemos um minuto de silencio seguido do hino nacional, mais uma vez as lagrimas vieram aos olhos. Deixei meus sentimentos escritos no caderno e voltei para minha mesa.

Nunca antes tinha me emocionado com o falecimento de uma figura publica, mas Madiba nao eh uma pessoa qualquer. Ele foi um heroi de nao apenas a nacao africana, mas de todo o mundo. Depois de tanta luta contra o preconceito racial e de ter passado 27 anos preso acusado de sabotagem, conspiracao e traicao por ter tentado livrar seu povo da opressao branca, ele virou presidente da Africa do Sul em 1994 aos 74 anos.

Quando Mandela tomou posse do governo, ele mostrou sua humildade e bondade. Ao contrario do que todos imaginavam, ele nao foi contra os brancos e sim quis juntar brancos e negros em uma soh nacao.

Durante seu mandato, ele conseguiu unir o povo usando o esporte como uma de suas ferramentas. Um marco muito importante dessa historia foi a copa do mundo de Rugby de 1995. Uma copa onde a Africa do Sul nao estava indo bem, e o time que era o mais cotado para ganhar eram os All Blacks da Nova Zelandia. Os springboks, como o time sulafricano eh conhecido, deu a volta por cima e ganhou a final na prorrogacao. Nesse dia muitos negros estavam no estadio dividindo a mesma alegria da vitoria com os brancos (antes o rugby era apenas esporte para brancos) debaixo de apenas uma bandeira, a nova bandeira da raindbow nation. Todos cantaram o novo hino sul-africano que diz Deus abencoe a Africa.



Video da vitoria de 1995 da Copa do Mundo de Rugby

Com tantos feitos, todo reconhecimento pelo mundo como um heroi da historia da humanidade, impossivel nao se emocionar a cada tributo para honrar sua vida.

Os principais locais onde o povo foi prestar sua homenagem foram sua atual casa, a sua primeira casa em Soweto onde hoje eh um pequeno museu e no Mandela Square, uma praca dentro do shopping Sandton City que tem a estatua do Mandela.
Nos fomos apenas para o Mandela Square, e la a emocao foi forte, muitas flores e pessoas passando prestando sua homenagem.


A Mari, o Marcelo e o Vicente foram ate a casa do Mandela em Soweto prestar sua homenagem.


Hoje sera o funeral do Mandela no estadio Soccer City, estarao reunidos 91 figuras publicas do governo alem do publico em geral. Entre as pessoas importantes se destacam presidentes atuais e passados como Obama, Bill Clinton, Georde W Busch, Dilma, Lula e Fernando Henrique.
Estou morrendo de vontade de ir para o Soccer City, mas infelizmente nao consigo ir. Estou aqui vendo a transmissao ao vivo do estadio e tambem conversando com alguns amigos sul-africanos que estao la agora. Pedi a eles que me mandassem fotos e videos quando puderem pra poder compartilhar aqui.

Para mais informacoes sobre a historia desse icone mundial voce pode acessar o site:
http://www.ourmadiba.com/

Aqui estao algumas imagens de momentos marcantes da historia:

Em 1964 quando Mandela foi condenado a prisao perpetua e mandado para Robben Island, prisao no meio do Atlantico perto de Cape Town.
Mandela e sua mulher, Winnie, levantam o punho para comemorar a saida da prisao em 1990, depois de 27 anos preso.

Mandela e Frederik de Klerk, o presidente sul-africano da epoca que libertou Mandela da prisao. Eles receberam o premio Novel da Paz por terem acabado com o apartaide.
Cerimonia de juramento do Presidente Mandela em 10 de Maio de 1994
Mandela e sua mulher, Graca Machel, na cerimonia de encerramento da Copa do Mundo de 2010, uma de suas ultimas aparicoes em publico.